SOBRE NÓS
MISSÃO E HISTÓRIA
O Valores de Minas foi criado no ano de 2005, da parceria entre o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) e do Governo de Minas Gerais possibilitando a formação cidadã e o crescimento pessoal, aliados ao desenvolvimento cultural e artístico de cada jovem por meio da construção de conhecimentos teóricos e práticos em cinco áreas artísticas – Artes Visuais, Circo, Dança, Música (Canto, Harmonia e Percussão) e Teatro.
A partir de 2009, passou a integrar o PlugMinas, Centro de Formação e Experimentação Digital, projeto do Governo de Minas, que atende jovens de 14 a 24 anos, oriundos de escolas públicas de Belo Horizonte e região Metropolitana em diferentes áreas como: cultura digital, arte, empreendedorismo e idioma. O cerne de seu trabalho é “construir novas formas de convivência social baseadas no protagonismo e na inovação para o mundo do trabalho, atuando em diálogo com o jovem na criação de oportunidades educacionais e aprendizagens significativas em domínios da cultura digital.” (Lara, 2010).
O Núcleo Valores de Minas é pautado por três módulos - Módulos I, II e III. O Módulo I, criado em 2005, atende 500 jovens. O Módulo II, criado em 2006 como Projeto Reeditores de Arte e Cultura , atende 70 jovens selecionados entre os participantes egressos do Módulo I, O Módulo III, criado em 2011, atende cerca de 15 jovens egressos do Módulo II do ano anterior.
O Projeto Reeditores de Arte e Cultura foi uma proposta pedagógica e metodológica da SeráQuê? Cultural que comportava um conjunto de ações transdisciplinares visando a formação integral de jovens e a sua capacitação para o protagonismo social e comunitário por meio da arte e da cultura, com desdobramentos multiplicadores que beneficiam suas famílias, suas comunidades de origem e a sociedade brasileira como um todo. Os jovens participavam de disciplinas denominadas “Metodologias de Ensino”: dança, música e teatro com o objetivo de capacitar os jovens como monitores, e fazer o seu encaminhamento ao mercado para atender a demanda dos programas sociais, culturais e educativos da cidade de Belo Horizonte e região metropolitana.
A experiência construída de 2006 a 2011 permitiu o aperfeiçoamento do projeto pedagógico: ampliação da grade curricular para a inclusão das linguagens de Artes Visuais e Circo e novos conteúdos, preparação da equipe pedagógica para aplicar o princípio da transversalidade e transdisciplinaridade programática, buscando ir além da concepção de disciplina, buscando-se uma intercomunicação entre elas.
A partir de 2012, foi reestruturada a proposta de trabalho para o Módulo II. Novas referências foram pesquisadas e discutidas assim como as metodologias a serem adotadas, objetivando uma experiência de gestão coletiva. A gestão compartilhada entre corpos docente, discente e coordenação pedagógica procurou harmonizar os interesses do projeto pedagógico aos interesses dos jovens, buscando torná-los cada vez mais autônomos e participativos nas tomadas de decisões, também mais comprometidos com as práticas realizadas durante as aulas – incentivando a participação dos jovens, de fato, como corresponsáveis pelo Módulo.

ETAPAS
Como são produzidos liquidificadores, máquinas de lavar roupa, computadores, automóveis? São produzidos numa "linha de montagem". Assim começa o livro “A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir”, de Rubens Alves sobre a Escola da Ponte.
Como se faz a segunda etapa do Módulo II do Programa Valores de Minas? Não defendemos modelos, formas concretas. Não somos linha de montagem, e não nos encaixamos em um único padrão, mas compartilhamos lugares possíveis onde cada jovem constrói ferramentas e soluções, testa seus conhecimentos e convive com os outros. São os espaços educativos, os espaços democráticos (coletivos). Espaços autônomos.
Portanto, autonomia é a palavra de ordem presente em todo o processo criativo e pedagógico dos alunos seta etapa. Esta estrutura de trabalho coloca os alunos como integralmente responsáveis sobre o que estão fazendo, forçando este movimento de que eles “caminhem com as próprias pernas”, sendo capazes de propor, levantar materiais e ideias, produzindo um material artístico autonomamente.
O plano para a segunda etapa do Módulo II é basicamente voltado para o processo de criação e execução de um espetáculo coletivo. Para isso, coletivos artísticos serão formados, e cada um desenvolverá uma proposta artística com a linguagem preferida pelo grupo, tendo pré-definido apenas um tema para a base de criação. Neste momento, os educadores atuarão como orientadores no processo de criação.
1ª
3ª
2ª
A primeira etapa é denominada Laboratórios de Criação, os jovens vivenciarão no primeiro semestre as cinco linguagens artísticas do programa objetivando a prática e aprofundamento dos conhecimentos construídos no Módulo I, trabalhando e potencializando a capacidade criadora. As ações artísticas se constituem pela construção de saberes práticos e teóricos relativos às linguagens artísticas abordadas, acompanhadas por reflexões sistematizadas que propiciam a participação social dos envolvidos.
Por meio do contato com o outro, os alunos enxergam seus próprios desenvolvimentos, compreendem as diversidades (pensamento, comportamento, conceitos) e age pelo coletivo. Ele também percebe que pensar no outro não exclui o pensar em si mesmo, que é possível realizar desejos pessoais e associá-los a necessidades coletivas, assim ele reestrutura sua maneira de agir no mundo.
Percebem que são capazes de propor e realizar microrrevoluções, entendidas como o desenvolvimento de pequenas ações artística e/ou educativas que impactam a sociedade de madeira positiva; observam problemas reais, analisam suas causas, visualizam objetivos. Desta maneira, o aluno está implicado em ações de cunho social muito mais abrangentes do que o campo específico da arte. Na verdade, por meio de sua tarefa específica (artística) está promovendo ou contribuindo com a mobilização mais ampla da sociedade na reflexão e na busca de soluções para questões inerentes a sua estrutura social e política.
A terceira etapa é a etapa de finalização e avaliação onde analisaremos os processos criativos desenvolvidos, bem como o impacto das ações artísticas realizadas ao longo do ano.